quarta-feira, 1 de julho de 2009

SEM TÍTULO (1979)


O tempo não passa.
As horas sucedem-se
Como longos reinados,
Pendendo dos ponteiros, impassíveis.
Os minutos arrastam-se
Quais vermes.
E na rua,
Cantando uma melodia
Que conheço e amo,
A chuva copiosa salpica o saibro.
Nas torres das igrejas
Os relógios são pedras sem vida.
É como se não existissem.
É como se eu e a minha pressa
Não existissem.
Tudo parece dormir.
Só eu estou acordada,
Olhando um céu de chumbo,
Quieta mas inquieta.
O dia não passa.
Como anseio pela noite!

1 comentário:

Carlos Manuel Pereira Rodrigues disse...

É possível parar o tempo?

Mais um óptimo trabalho.