quinta-feira, 16 de abril de 2009

NO SILÊNCIO MAIS PROFUNDO (1978)


No silêncio mais profundo
Para descobrir existe o mundo
Das palavras e dos actos
Que o prazer mudo cala
E que a felicidade adivinha.

No silêncio mais profundo
Encontrei-te.
Falei-te,
Ouvi-te...

No silêncio mais profundo
Que reinou numa noite de Verão,
Eu tive a minha mão na tua mão.
Frases não foram precisas
Para tantas coisas terem sido ditas.

E acredites ou não
Aceitei a tua amizade
Como uma realidade,
Naquela noite de Verão.

Mas ela não durou sempre.
Agora estou diferente...
E no silêncio mais profundo
Que abafa a vida do meu mundo
Sinto-me doente,
Sinto-me uma demente
Que anseia por solidão
No meio da multidão.
Que acredita tanto na amizade
Como um ateu num padre.

E no silêncio mais profundo
Eu me afundo
No mar negro
Das minhas dúvidas.

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