quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O SABOR DO FRACASSO (1978)


Sinto em mim
A germinar,
A crescer,
A semente da tranquilidade.
Sinto em mim
A aumentar,
A florescer,
A semente do acto de tudo esquecer...

Fecham-se-me os olhos,
Já tudo é um vazio,
Já nada desafio...
O corpo desliza pela cadeira...
Tornei-me uma feiticeira,
Pois como numa magia
Tudo é paz,
Tudo é calma,
Por fim...
Na minha alma,
Em mim.

Não sinto amor ou ódio,
Nem o entusiasmo pela alegria.
Nada me altera.
Nada meu coraçao acelera.
Sou eu,
Por fim...

O ser que nasceu
Para poder viver
E que vive para morrer.

Tudo é paz,
Tudo é calma,
Por fim,
Na minha alma,
Em mim...

Será isto sono?
Será cansaço?
Ou a chegada do Outono?
Talvez o último sabor do fracasso...

Sem comentários: