
No silêncio mais profundo
Para descobrir existe o mundo
Das palavras e dos actos
Que o prazer mudo cala
E que a felicidade adivinha.
No silêncio mais profundo
Encontrei-te.
Falei-te,
Ouvi-te...
No silêncio mais profundo
Que reinou numa noite de Verão,
Eu tive a minha mão na tua mão.
Frases não foram precisas
Para tantas coisas terem sido ditas.
E acredites ou não
Aceitei a tua amizade
Como uma realidade,
Naquela noite de Verão.
Mas ela não durou sempre.
Agora estou diferente...
E no silêncio mais profundo
Que abafa a vida do meu mundo
Sinto-me doente,
Sinto-me uma demente
Que anseia por solidão
No meio da multidão.
Que acredita tanto na amizade
Como um ateu num padre.
E no silêncio mais profundo
Eu me afundo
No mar negro
Das minhas dúvidas.